quarta-feira, 29 de março de 2017

DEFEITOS

Defeitos aconchegam as moléstias do mundo
num subterrâneo eflúvio
me despenco da mais racional inocência
causo na minha consciência um dilúvio
peçonhento sem razão pra lindas festas
afetos geram fetos sem condolência
me curvo diante da clemência
que é deitar aos pés virgens da fêmea
que revela pavor em forma de castidade
nos feitos comoventes da desonra
busco afrouxar as pétalas do meu caráter
e sentir o cheiro da ética
banheiros públicos contaminam minha moral
picham com palavras de baixo calão
todo amor contido em meu coração
guerreiros afloram selvageria em grutas
aonde estão escondidas sedes de vitória
numa agulha sobre o palheiro
mostro que tenho também a fibra amarela
da real covardia imersa na rigidez
que fortifica minha total palidez
transforma alma corada
em traços brancos de vertigem
sou deposito que incomoda os confortáveis
lá no armazém da disputa guardam a inércia
que perde seu status de movimento
quando fica parada em seu leito
sedentos de mangue se atolam em câmeras secretas
não saem nem pelo decreto desse esconderijo
é lá que o escuro protege o bem do claro
num artigo de ingratidão já li bobagens
agora apaziguo devaneios
visitando paragens que servem de hospedaria
um intercâmbio de falsos hipócritas
já foi diagnosticado pelos homens de caráter
agora os detentos da falange pecadora
ditam as regras mais claras da escuridão
que nos tramites ilegais da afobação
fazem pessoas ansiosas se matarem


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