Em meio a sombras delirantes
a carniça debruçava suas lastimas
a cabeça lastimava ameaças
e o ombro dissecava-se nas matas
era lisonjeiro o açoitar de corpos
ruminando a esmo
e as incógnitas do tempo
diziam que o amor estava em pedaços
ninguém morria de fato nos campos
entoava um só pranto
e chorava órbitas e desenganos
era de derramar vitórias
cada gota ininterrupta de fracasso
e a derrota perpetuava nos corações
onde o homem passava horas a fio
num compasso intrigante de idéias
e os tecidos rígidos da lisonja
interrompiam as mortes súbitas
quando havia ainda ar para respirar
os trajetos emoldurados da ira
ofuscavam o sol nascente
e declinavam o poente
eram lindas as cóleras do mundo
as feras gananciosas do lirismo
onde os poetas sanavam dores
e declamavam seus amores
troféus do exílio coletivo
e dos pecados aflitivos
nas selvas intrínsecas do desperdício
haviam ainda almas variando sonhos
catalogando adornos
desperdiçando vidas
e as nuances dos mortos eram obras
intermináveis que não cessavam
formas tetraplégicas de consumo
arquétipos de insensatez e loucura
em meio a câimbras e avarezas
o monstro da fartura devorava decência
e construía uma sociedade arrogante
formada por cartas na manga
trapaça e um punhado de avareza
no fim tudo era incerto e colibri
voando fora da tristeza
sábado, 25 de março de 2017
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