domingo, 26 de março de 2017

DESESPERO

Mergulhado no rio dos ímpetos psicóticos
um profundo admirador da depressão
não se desvencilhava de suas crises
zumbindo através de gritos e gemidos
ele especulava sobre sua face obscura
queria atingir o apogeu das sandices
que fazia de sua vida uma lagoa
de margens limitadoras
sonhava com uma vida igual a dos outros
mas não se desprendia de suas tolas
garrafas de ansiedade
que transbordavam até a boca
via a base que o ligava a conselhos insanos
entrar pelo cano dos bacanas
se fazia de malandro por debaixo dos panos
isso que era agir como sicrano
de pensamentos enluarados
já foi humilhado e rejeitado
hoje desfila em becos estreitos
procurando a saída para seus defeitos
há quem diga que a roupagem da tolice
lhe cairia muito bem
contanto que a sua premissa
fosse ignorar o que lhe faz bem
não se desprendia da matéria do orgulho
e sempre entrava em pânico com seu futuro

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