sexta-feira, 24 de março de 2017

NO SEIO DA MÃE TERRA

Sonho do vento que percorre momento
se alastra como pasta
que carrego com o tempo
longe da penumbra cósmica
eu me vejo latente
de eras comoventes
revivo meu presente
e hasteio a bandeira no leito
macio que se aconchega
lugar que é colheita
que planta suas ervas
no aromatizante declínio
de minhas árduas ventas
voo como forte labareda
cedendo de frondosas violetas
violentos cometas
e meus olhos comentam
qual o seixo que vê as seivas?
qual o roxo que vê as cores lentas?
e no trópico das minhas guelras
respiro feito peixe no seio da mãe Terra
me afasto das tenebrosas guerras
que se alastram nos corredores tenros
e véus pedem casamento aos corredores
por onde correm as varandas e seus senhores
e no quintal rebuscado de tinta fresca
tiro das cadeiras uma lasca de pernas
é de morrer de inveja a selva de correias
que gritam como assustadas correntes
longe do alcance dos antigos casebres
e na leva de corretores e choupanas
chamo pra me abençoar uma trama
de intrigas leves
nesse arroz de festa e legalidade
que são minhas crises de identidade
faço de todos nossos pais
um emaranhado de confusões
um aperto nos inóspitos corações
ressarcidos de dúvidas cruéis
é de se entender quais os confetes
que irão celebrar os carnavais
e a insanidade dos profetas fiéis
no cume de uma montanha alta
faço pausa pras minhas indagações
e assim corto minhas medalhas
em corpos de navalha e aflições
desfiados pelas celebres ilusões


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