segunda-feira, 27 de março de 2017

DE VAGAS,CHUVAS E FLORES

De vagalumes o inferno tá cheio 
a retaguarda de luz desafia o diabo 
e manda aos anjos que iluminem o céu
sobre um sobrado de estrelas 
um assombrado de fantasmas dá conselhos 
ao réu que desafiou as sombras do pecado 
e cobre de réstias de galho o véu 
as árvores do gueto infernal hão de açoitar suas névoas 
num lisonjeiro jeito de hospital 
hão de curar suas mágoas 
de guarda-chuvas o inverno tá lotado 
limpando carcaças e tempestades 
na tenra idade das culpas 
o arrependimento molha suas falhas 
mas não enxuga totalmente suas vitórias 
sobre a fertilidade dos traumas 
ninguém sabe quais as casas que acolherão os enfermos
e darão colheita as almas 
astutas as guerras calam as cucas das mentes risonhas 
e não indagam felicidade 
de pétalas o assoalho tá coberto 
o enterro das flores será prematuro 
o cheiro das rosas desafiará os sonhos 
definhando vidas por cima do muro 
o escuro cria seu tumulto 
a brisa abrasadora seu tumulo 
nas covas fundas do percalço 
há quem caminha descalço 
sintetizando mundos turvos 
na beira do caminho chulo 
as cartas apagam suas pegadas 

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