a retaguarda de luz desafia o diabo
e manda aos anjos que iluminem o céu
sobre um sobrado de estrelas
um assombrado de fantasmas
dá conselhos
ao réu
que desafiou as sombras do pecado
e cobre de réstias de galho o véu
as árvores do gueto infernal
hão de açoitar suas névoas
num lisonjeiro jeito de hospital
hão de curar suas mágoas
de guarda-chuvas o inverno tá lotado
limpando carcaças e tempestades
na tenra idade das culpas
o arrependimento molha suas falhas
mas não enxuga totalmente suas vitórias
sobre a fertilidade dos traumas
ninguém sabe quais as casas
que acolherão os enfermos
e darão colheita as almas
astutas as guerras calam as cucas
das mentes risonhas
e não indagam felicidade
de pétalas o assoalho tá coberto
o enterro das flores será prematuro
o cheiro das rosas desafiará os sonhos
definhando vidas por cima do muro
o escuro cria seu tumulto
a brisa abrasadora seu tumulo
nas covas fundas do percalço
há quem caminha descalço
sintetizando mundos turvos
na beira do caminho chulo
as cartas apagam suas pegadas
e não enviam celas cálidas pro futuro
Nenhum comentário:
Postar um comentário