sexta-feira, 31 de março de 2017

SAQUEANDO OFÍCIO

Esganiçado em doses reumáticas
se alivia em terreno bandido
procurando ladrar a fome
saciando as feras do covil
da tapera onde habita
intacto ressalva seu cansaço
mas permanece inteiramente acordado
mora num ambiente nocivo às celas
onde presos já pagaram seus castigos
e ilesos da desonra pagaram fianças
as cifras do pecado perdem valor
quando sintonia entre estagnados e trabalhador
constrói um habitat afastado de transformação
atrofiado em remorsos poucos puritanos
sai numa briga cotidiana contra seus empregados
é de se espantar o mesmo cilício
que já contaminou os intrínsecos mais amados
os olhos úmidos do rancor
gotejaram lágrimas de torpor
deixando a saliva das naus náuseas
atracar na maresia do desalinhado amor
o ladrão busca reencontrar suas vitimas
sem se deixar levar pela fragilidade dos inocentes
e sim pela brutalidade das penas mais abruptas
nos virtuais encontros lastimáveis da dor
é real o arrependimento do saqueador de traquitanas
que só roubou o que sobrou de suas entranhas
e que agora leva a encobrir despudoradamente
a vergonha estampada em seu rosto
é um facínora lisérgico que já fantasiou mentiras
e que hoje se esconde nas verdades
a vantagem de ser um déspota
certas feitas nos causam fascínio e avareza
mas outras nos tornam adeptos do sarcasmo leigo
temos que nos tornar algozes sábios e prendados
e roubar só o que nos trás sossego













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