segunda-feira, 27 de março de 2017

DELÍRIO À SOMBRA DA REALIDADE

Coloquei meus olhos macios
sobre um emaranhado de delírios
não caçoei dos lírios
quando a corda do sono arrebentou
um serviço nostálgico de gritos
confundiu minha cabeça
e no arco da velha intriga aposentou
as medalhas do cílio
nunca mais avistou os declínios
simplesmente olhou para os joelhos
contundidos pelo tempo
e cortou com as navalhas o meu físico
nunca mais atravessei os trilhos
pois pousei de ridículo
nas tramas do meu deserto frigido
pendi na opaca predileção pelo brilho
acendi as grutas do coração
com candelabros sem retenção
posicionei meus cegos empecilhos
nas brigas de meus filhos
era tudo um núcleo de entidade prática
marquei com minhas calunias a ética
mas deixei afundar meus indícios de moral
porque deixei manchar de sangue
as veias do luar
não se pode chamar covardia de lugar
nem mesmo moradia de despertar
há quem atrofie casas
destelhando os telhados
e num pedalar de gesso quebrado
há quem conserte seus nervos
deixando ossos em frangalhos

















Nenhum comentário:

Postar um comentário

SEM JULGAMENTO

Não julgue um livro pela capa um rio pela carpa  um herói pela capa  esteja sempre em casa ou  em Capri pessoa imaculada  o eco de mil sarna...