segunda-feira, 27 de março de 2017

NARCISO

Narcóticos de Narciso
ofuscam as imagens no espelho
deixam seus olhos dopados
pelo calor do momento
muitos acham esse moço feio
mas se atiram em seu colo
na busca de aconchego
nem ligam pra tal veneno
que causa rachaduras no tempo
em que era bela a água do rio
os meninos do sossego sabiam
que a corrente arrastava o brilho
que era de Narciso
eles viam
e na penumbra posta a mesa d` água
a doçura do garoto se alastrava
como carmim na pele do sol
um pedacinho de cetim
cobrindo as camadas mais finas
de sua estética minuciosa
me fez lembrar da maciez
que esconde os rostos delicados
e chover no molhado
parecia criar climas descompassados
diante as reverberações de suas flores
o perfume dos lábios narcisistas
ganhava mil cheiros e cores
era um aroma de banhista
que lançava seus cabelos sobre o lago

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