sexta-feira, 31 de março de 2017

MIGALHAS TOPOGRÁFICAS

Desviando de condutas irreparáveis
me vi sentado na rocha a pestanejar
não tirava conclusões precipitadas
nem via moçoilas a me interrogar
era notório o caso de perseguição
muitos destilavam seus venenos
até mesmo salivas da presunção
era pegajoso o choro que me escandalizava
e fazia cacos de vidro
serem mera caricia no olhar
eu estava deprimido e perdido
nesse bosque de ilusões
estava submerso em sangue e farpa
a ordem cronológica dos meus delírios
se perdeu em horas insanas
mas era hora de reativar as pálpebras
recordar que a bondade era um deleite
a amamentar frutos da alegria reprodutora
a fertilizar todo solo que engrandece
quem não esfarela as mazelas e seus desastres
se ergue com a força dos guindastes
e nunca se deixa abater á toa
num lapso entre agonia e canoa
não deixei prantos caírem no riacho
nem mesmo a orgia de meus cactos
fincarem espinhos em minha vida avassaladora
me absorvendo de hóstias condutoras
de sentimentos passionais e atípicos
fui consagrado herói das ramagens
vi a água das minhas colheitas
drenarem um horizonte perdido
transformar planícies costeiras
em amados eixos frontais
me esquivando de súplicas grosseiras
deixei de calar asneiras
e passei a procurar certezas
que todas as lastimas são passageiras
o que dura é a longevidade dos ininterruptos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SEM JULGAMENTO

Não julgue um livro pela capa um rio pela carpa  um herói pela capa  esteja sempre em casa ou  em Capri pessoa imaculada  o eco de mil sarna...