terça-feira, 4 de abril de 2017

DÚVIDAS

Me ver sobre charcos amorosos
e não poder mais chover
nem sequer alugar o rosto
pra que luzes encharquem o céu
e se confundam com o brilho
de teu sorriso perfumado
ver alvorecer a chave do sol
e não se abrir para o calor
já não posso recitar as chamas de cor
nem bronzear na doçura do teu amor
porque nem sempre depois dos raios
vem a bonança incrustada no farol
e depois do bailado das replicas de corpo
perdi o rumo e não encontrei você
somente as cópias perdidas e à deriva
mas o abraço original destilava partidas
nunca mais pude chegar
de encontro a tuas caricias
eram avulsas as páginas do teu complemento
e eu me desmembrava sem saber aonde ir
nem conseguia buscar meus pensamentos
para encontrar teus artigos e estruturas
me perdia na leitura do meu próprio umbigo
o ego não me deixava atolar em outros mundos
era tudo um emaranhado de sufoco e rigidez
mas a palidez de meus olhos não deixavam vez
nem atribuía a teu encanto uma única nota
que condutora de marquises edificava quotas
eu multiplicava em você meus dias felizes
fazia de teus entes mais queridos
uma rota libertadora de meretrizes
não calava no breu antagônico de tuas causas
me via sem equilíbrio no labirinto
lábios rentes de quem não esquiva teu brilho
que só finca molas que impulsionam brisas
era como um sol multifacetado e colorido
dizendo na arquibancada dos lírios
que forneço flores quando brinco macio


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