onde escorrem os dedos
correm anseios monótonos
e falsários elegem seus adversários
nos aniversários dos delinquentes
inimigos apontam viagens seletas
escolhem seus amigos por ordem sistemática
se o sistema permite que haja ajuda
lá estão eles solidários aos solitários
encostar os metacarpos nos hábitos matinais
fazer cafunés na cabeça da manhã
me parece um cinismo atroz mas atrasado
é de se espantar que esbarrar o indicador
onde alguns apontaram seus erros
me surge como uma desconfiança orbital
mas tento sair de meu eixo e aceitar problemas
que nem todos se acharam e se perderam
há um indicio de que os rivais
colaboram com seus adeptos da marginalidade
mas eu creio na permanência da amizade
portanto é hora de rebuscar sorrisos
estampados acima do queixo
por isso que também não me queixo
e aceito falsidade mascarada em veracidade
os verdadeiros conselhos estão em suas máscaras
em suas cápsulas de lealdade
é momento crucial de descascar as cascas
e encontrar o que fica por dentro
toques retilíneos de uma falange
quando esbarro nos meus planos de canaviais
adoço melhor a ferida e me sinto
como borboletas coloridas
mergulhando em suas rosas da sedução
não tem porque me encharcar de espinhos
e chorar na flora da redenção
só tenho que me render aos polegares ativos
fazer figa a joia rara da tentação
tentar achar caminhos que não me desgrudem do barro
onde fui forjado e criado a semelhança do Senhor
nem me contentar com a escassez do braço
abraçar meus conterrâneos
ser um alvo de gracejos instantâneos
e amar quem me amava tanto
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