domingo, 2 de abril de 2017

ARDILOSO

Deixei a forma esférica do meu retorcer
emitir estalos ao redor dos grunhidos
que edificantes restauram sussurros
que lamuriantes dão voltas ao mundo
quantas ondas sonoras já passaram
em módulos de resquícios perturbadores?
quantos cataclismas já anunciaram abusos?
e quantas areias movediças
sugaram um único filho das tempestades?
é gravidade abaixo de zero
a gelada em que se meteram os otários
é friagem em clima de meros noventa graus
negativos e sem altruístas desfalques
coloquei em órbita o filme das antenas
e não sintonizei mais lucros prestativos
só pensei na puberdade dos preservativos
e me informei sobre um sexo passivo e ordinário
a castidade singular dava lugar
a uma seta circular e ardilosa
deixei de registrar arquétipos vulgares
de um bem estar viril e contaminado
passei a meditar em sentido anti- horário
o barato da vida é ficar tonto
enraivecido de tantos vômitos
e ouvir noticias secundárias de um pasquim
saber que chegou o fim
é o atraso da sorte e não da morte
defecar no azedume que é a gula
é deglutir o que é ruim
e tornar-se vizinho dos pecados

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