depois aprimorar seus dotes
se tornar uma cópia perfeita
comprando de volta os dons que sobem
e nunca descer a ladeira do esquecimento
aflorar em gotículas de nuvens
a chuva e seus suplementos
uma boa matéria prima de atrevimento
atenuar as conquistas do carisma
para nunca se entreter com a solidão
com a solidão das rádios destoantes
não se entristecer com os simpáticos
sabendo que nunca terão a redoma
que protege a vergonha dos esnobes
camuflam os retratos da insensatez
e criam imagens desprovidas de catedrais
o espetáculo das capelas em cavernas
não há de criar fanatismo interior
nem polarizar hemisférios avulsos
nas reminiscências do translado
hei de viajar em capítulos e camadas
sem desfolhar meus âmbitos de prazer
sem acovardar minha serenidade aguda
farei da saída dos meus medos
a porta de entrada para a coragem
se na cruz dos meus anseios pregar um século
hei de acordar uma década mais nobre
overdose para engessar os potes
não me causa efeitos alucinógenos
nem me deixa firme no chão da discórdia
concordo com minha capacidade de redenção
render aos encantos da minha adoração
gostar das emoções mais aplaudidas
e nunca vaiar meu coração
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