terça-feira, 4 de abril de 2017

MINHA EVA E MEU ADÃO

Contundido por uma esfera de nervos
ex fera e seus males e crises
me vejo a florear sobre serpentes
a cair de boca na maçã do estrupício
uns afirmam com unhas e pentes
que a mulher do paraíso era vaidosa
mas lhe faltava fibra e era nervosa
servia de precariedade
exaurida de confusões e conchavos
por perder seu juízo
que de certa maneira afinava os guizos
e esbanjava seus pecados conturbados
já o moço das folhas de parreira
era um rapaz desprovido de bons conselhos
e usava suas palavras como forma de aguçar
as tristezas daquela dona debochada
sem luzes a corrigir as sombras
de suas crônicas satíricas
leviana no ápice da crueldade insana
a mulher se trancava na obscuridade
de suas façanhas medíocres e sem sentido
enquanto o homem açoitava gritos e gemidos
perambulando no mar do pânico apático
se fossem esterilizar seus olhos
veriam que o fel do olhar de Eva
se embrenhava na masculinidade
do corpo de nosso querido Adão
por mais que constrangimento chegasse
ao topo das discórdias entre eles
nunca se calariam devera
simplesmente uniriam ainda mais suas forças
a mercê de um complô vitalício
para fugirem das amarras do paraíso


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