errôneos me afligem os cotovelos
sinto uma grave dor
que não suaviza como novelos
pelo contrário escraviza meus erros
e assim me sinto capataz dos acertos
tentando corrigir o que me corrói
é de se espantar a gravidade dos obeliscos
que caem ligeiros sobre a minha cabeça
correm todos os riscos
e seguem trajetos helênicos
é uma odisseia cotidiana e cheia de visgos
que preenche minha cova
também desliza no precipício
é um arsênico com características de mosaico
engolimos fácil mas sempre tem seus enigmas
nem sempre os anestésicos cauterizam guindastes
e mesmo assim sinto o peso da consciência
me aturdir a qualquer instante
herdeiros do apocalipse invejam minhas virtudes
rogam pragas contra meus canivetes
que cortam as impurezas do mundo
e que só trazem felicidade
é de se estranhar que chovam turbantes
pra proteger os jovens de suas ilusões
mas redomas sempre cobrem os mais frágeis
e adolescentes são como gotas no ralo
nunca se sabe onde vagam seus pensamentos
servos me deixam em frangalhos
às vezes me remeto a completa vastidão de meus atos
escrevo cartas de euforia e alforria
para amenizar a brutalidade dos capitães do mato
exímios coléricos me passam boas epidemias
epidemias que fazem tolos acordarem para as alegrias
e destacam ainda mais as profecias dos sábios
me sinto um sacerdote coberto de dotes emblemáticos
que esparrama palavras de grande magnitude
em largas etapas reata significados lógicos
e embute em seu colóquio frases de impacto
indecentes geram ódios galanteadores
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