terça-feira, 4 de abril de 2017

OBRAS SOBRE SOBRAS

Ossobuco ouço tua boca
não me contento com sobras de obras
que não se contemplam
com restos que não se mantém
nem mesmo astutos em seus princípios
é bem melhor se deixar levar pela grandeza
que pelos inválidos vícios
e se eles são miúdos em seus rebuliços
prefiro o desperdício
que roer os ossos feito um carnívoro
mas quem me conhece
reconhece o viril aplique de metas
que me sustenta
não é lavagem de poucos suínos
que me alimenta
não é a drenagem de suplicas audíveis
que me orienta
é a passagem pelos alívios de contas
que contam minhas qualidades e setas
e na mira de maravilhados planos
eu me maravilho com meus atalhos
não perco meus caminhos
diante de poucos talhos
não são réstias de alhos ignóbeis
que me farão arder no inverno
nem uma lasca de mesquinhez
pequena e sem importância
fará eu ter a inocência de uma criança
são fatos consumados e de alta precisão
que colherão os grãos numa boa safra
e não acolherão minha total ingratidão
falta originalidade nos pratos de consumo
mas eu reconheço a fome do mundo
só não ostento a miséria no escuro




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