quinta-feira, 2 de novembro de 2017

UTOPIA REALISTA

Foz que deságua no sótão
penhasco da onda viva
estilhaços não me faltam
fundem a acidez corrosiva

culminando em espécies extintas
quebrando a barreira central
afago corredores em tintas
que mancham meu avental

por debaixo dos panos
entrego mãos sem pulsos
ao inimigo dos enganos
assim remendo os dorsos

quando fuzis AR-15
desprendem balas dos bolsos
soda cáustica vira deslize
cópia xerocada dos descalços

Mestre disfarça sua máscara
desencadeia plumagem óssea
moldura a febre que não sara
disseca as hortas da fossa!

se eu apagar o céu da boca
perderei a menina dos olhos
da mesma forma que uma louca
irá destrinchar seus galhos

gravetos são gotas do oceano
a erguer edifícios sem paredes
em conexão com o mediano
mortaliza heróis de band- aid

embora cortiços destelhados
venerem o âmago da mutação
contribuirei para os atarefados
que bifurcam a transfusão

Utopia das autópsias
que ricocheteiam o cometa
deixa que eu seja as biópsias
dessa avenida estreita!

Cobiçável ganância ritmada
hasteio a bandeira ocidental
você está mais distanciada
vizinha a era glacial!








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