segunda-feira, 6 de novembro de 2017

UM ARSENAL DE SENTIMENTOS

Uma avalanche de incidentes precários
não virá servir de subterfúgio a escassez
ao dilúvio mediúnico que há de captar
em auroras enevoadas meu silêncio
amiúde conquistarei sopros cartesianos
implantarei o soro da cura
para que possa redimir meus fracassos
acenderei o cetim no fetiche das bigornas
gerando leveza em vez de lugares pesados
um entulho fará varreduras em meus brônquios
e trará frescores á órbita cintilante
todo ar que respiro tem um lar
e assim morarei aliviado e menos tenso
sem perder o senso do exímio
pois não quero bancar o ridículo em meu veio
no seio da terra que me cria particularidades
haverão partículas de um bem querer amoroso
lá impostarei a voz para ecoar nas grutas
me sentirei em casa devastando horizontes
nas partituras dos meus sustenidos
darei um tiroteio mensal aos meus gritos
mas um tiro de flores a lavar a alma
com cheiro de canções encantarei meus pulsos
e a serviço dos brilhos do sol
luzirei sobre as chamas iluminadas do amor
é bonita cada virgula que se torna ponto
a exclamar suas afinadas indagações
me lamuriar não está nos meus planos cerebrais
mas está nos momentos arejados em que uso a mente
mente dos cobertores a me socorrer
a trazer conforto para todo o meu corpo
esquentando como viseira os cílios
mais perturbadores e insones
agora acordo para as idas e vindas do espírito
que elas não tentem medrar minha carcaça puritana
mas que tentem tornar obra os restos da sobra
sobra embutida em um criado mudo
que se torna servo liberto e fala palavras doces
a beleza do mundo está em saber o gosto e o gesto
e não em se atenuar ao custo e ao velcro das incertezas
nem ao sustos dos absurdos e dos mestres inglórios

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