das pedras que serviram de torre às pragas
não haverá queda sobre pedra
a me derrubar com seus desastres naturais
escalarei os edifícios com altas protuberâncias
e as luas com maiores cavidades
as crateras lunares irão ceder seus lugares
às catracas bitoladas e ao ferro velho da novidade
é excitante meu esquema tátil
de sustentar as hastes que me equilibram
de encontrar mocidade nas velhas engrenagens
e de cobrir antigas feridas com novas bandagens
é miragem que dissipa meus olhos atentos
enquanto procuro oásis e seus segredos
mas não me deixo enganar por muito tempo
tenho as rédeas do meu instinto
a mercê das brisas coloridas e do vento
mas as brasas reprimidas não queimarão meus pés
para que eu fuja das labaredas deprimidas
sou cofre forte das minhas idas e vindas
não me abalarei facilmente
não escapo de tremores que me aterrorizam
e nem de abalos sísmicos que cismam comigo
só tenho barracos atrevidos
quando não tenho riqueza em meus cílios
que abrem e fecham pra encontrar em meus versos
encantamento de estrofes e capítulos
sou um poeta que vive de resquícios
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