Rum ruim rim
feridas que me levam até o fim
marítimo martírio mártir
bebidas que me levam até o sim
e sou lembrado como elefantes
pesados fardos marfim
nestes mares bravios
capa e espada de festim
não me cobrem de leveza carmim
sou uma espécie de cetim
nestes beijos venenos motim
abrir espaços pros caminhos trancados
não é o combinado
não é o sinto muito enfim
peço desculpas com as chaves
no lugar errado
sem olhar pro passado
há um futuro em mim
que não é ar de prancha condicionado
a pular de um navio batizado
e ser por tubarões devorado
afinal de contas meto meu gancho na razão
e as mãos no coração
sem me prender de fato
sou um aspirante a pirata
com meu pé de pato
e um corsário neo nato
quando o assunto são ondas
batendo nas rochas
um caolho das noites baixas
segunda-feira, 17 de maio de 2021
SINTONIA
Úmero para sintonizar o rádio
número para achar a estação
música que a rádio deixa tocar
afinal são ossos do ofício
se sacolejar para dançar
o esqueleto todo requebra
enquanto caveira esboça um sorriso
e nos chama para cantar
número para achar a estação
música que a rádio deixa tocar
afinal são ossos do ofício
se sacolejar para dançar
o esqueleto todo requebra
enquanto caveira esboça um sorriso
e nos chama para cantar
quinta-feira, 6 de maio de 2021
GUARNECIDO NO AGRADECIMENTO
Estou agradecido
por não ter a grade cedo
estou liberto da prisão
sou engrandecido
por não manter esse compromisso
enxergo com olhos do ouvido
olhar de lince ou de águia
escutando toda antena que capta
estou presente na catapulta que lança
um foco de luz em teu astro
estrela vínculo empregatício
com o brilho em minha retina
desde um pequeno globo ocular
ainda menina vejo a grandeza
do tímpano a te escutar
um hino a gargalhar
desde que você sorria
em meu despertar
BÁRBARA ATEMPORAL
Não tem tempo ruim que te sugue
o sim que te persegue
é o mesmo que te carrega
no colo vendo crescer a fome
eu vejo o tempo passar
e é alimento da alma
que te consome
e fica perto da calma
que te concede
início e nunca final
só há um retrato afinal
que junto a ti ecoa verbal
e sempre sentimental
o eco de tuas estrofes
o pranto por telefone nunca é igual
ao fogo que te acende
do outro lado da vida não tem terminal
seja no voo da calopsita
ou de outro animal
se em ti ilumina o atemporal
e se nesta festa o temporal
te excita imagina o vendaval
cujo empurrão pra dentro de mim
é loucura de um ciclone colossal
que uni refrãos encosta versos
e não dá morada a solidão
o espírito é transitivo
pede complemento as palavras
como transeuntes dos semáforos que nunca param
de amar os amantes bárbaros
nessa bárbara batalha de pedestres
que nunca morrem e apertam seus sinais
quero ficar contigo uma eternidade
avançar mas com a liberdade
de ver minha veia pulsar pra sempre
o sim que te persegue
é o mesmo que te carrega
no colo vendo crescer a fome
eu vejo o tempo passar
e é alimento da alma
que te consome
e fica perto da calma
que te concede
início e nunca final
só há um retrato afinal
que junto a ti ecoa verbal
e sempre sentimental
o eco de tuas estrofes
o pranto por telefone nunca é igual
ao fogo que te acende
do outro lado da vida não tem terminal
seja no voo da calopsita
ou de outro animal
se em ti ilumina o atemporal
e se nesta festa o temporal
te excita imagina o vendaval
cujo empurrão pra dentro de mim
é loucura de um ciclone colossal
que uni refrãos encosta versos
e não dá morada a solidão
o espírito é transitivo
pede complemento as palavras
como transeuntes dos semáforos que nunca param
de amar os amantes bárbaros
nessa bárbara batalha de pedestres
que nunca morrem e apertam seus sinais
quero ficar contigo uma eternidade
avançar mas com a liberdade
de ver minha veia pulsar pra sempre
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