sábado, 18 de maio de 2019

DE FATO


















Páginas viradas mas livro sofrido
com história triste
vermelha e de sangue encharcada
pintada da cor da vergonha
nunca estancada
chafariz que é a gota d`água
da desonra e lágrima não só úmida
mas humilhada
sem tampa aonde escorre lástima
molhada da onde correm cataratas
e quedas que nunca terão a segurança
de um para-quedas
ultraleve pesado cujo drama
é cair sobre a pedra
sem valor
sem louvor
somos acariciados pelas sucatas
ferro velho da juventude esquecida
resistência sem consistência
que no fundo são âncoras
onde se apoia a fragilidade
humana e taxada de ridícula
por ser incrédula na voz
cédula do tolo e também voraz
que consome torta existência
mas dá o bolo quando o assunto
é coragem real
vivemos num mundo bestial
boçal e abissal
abismo cultural sem freio
colo feio
não há mais aconchego
em qualquer marca
posição ou lateral
faço como tantos outros
da escola da vida
meu ninho desmilinguido
desconstruído não dá espaço
a qualquer liberdade
já castigada
amedrontada
e sufocada pela química
de um sulfato
sem fato
ato
ações e atitudes
correspondentes a mímica
de meus contratos e exposições
que fogem as regras
de bom comportamento
dilacerando o próximo ou a mim mesmo
seguindo uma trajetória vexatória
de desencantamento
vamos voar de asa delta
enfrentar o perigo alarmante
do vento assoprando contra corrente

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