domingo, 10 de dezembro de 2017

O SOL CLAREIA A ESCURIDÃO














No que afirma a negação
funcionários não estão prontos pra demissão
oratórios estão prontos pra oração
cativam a fé da multidão
dicionários sabem de cor a correção
e simplórios buscam a simplicidade
em cada veia que os une ao coração
o tédio é contra indicação
o sério deve acumular distração
porque falta nele riso e empolgação
calendário é pra ver os aniversários
já dromedário aguenta o sol
como loucos aguentam seus diários de ilusão
o armário é local pra guardar vestuário
admiramos nossos reflexos no espelho
por brilharmos como nossos admiradores mais cedo
sedentos por amor colhemos um relatório
que diz que amar é importante e contagiante
o velório é pra fracos que não sabem viver
já o necrotério pra fortes que não sabem morrer
o relógio deve apontar para os sábios
que têm como sabedoria seus históricos
e amanhecer de modo solar parece vitória
que veio nos entreter

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

VEREDAS E VEREDICTOS













Céu seu de meu réu
juízo inicial de um brilho intenso
mergulho frontal de um riso
dentro de outro riso
humano mergulho dos sentidos
um furo nunca está vazio
preenchido de luto está o nunca
o furo continua cheio de limo
num espaço sideral de líquen
o fungo continua a sorver em sino os cogumelos
há som no feio que circula no lindo
morfologicamente falando
o ilusório se torna real até que se prove o contrário
o fictício de um tigre almeja a escultura viva do leão
céu seu de meu réu
o azul celeste se camufla de branco
pede a veste de uma nuvem emprestada
aparente travesti de forma pálida
carece de trocas ingratas e hálitos de informação
cheiros de costas e aromas de frente
tudo é válido até que se prove o hábito do coração
a cor da ação perpetua no embaraço
a coroação da espécie apetece a evolução dos gases
ares de amor
bares da premunição
vales da construção
exagero quando falo do céu
mas não bailo sobre o juízo do réu


LANCE DE MÃOS DADOS




















Vitória de tapas
glória de palmas
bati palmas e elas doeram
alternância de nervos
ótica que vê desesperos
é cínica a abundância da dor
pois vi a vitória vencer e aliviar qualquer gesto
a mimica dos tropeços
um tombo que a inércia da mão provoca no outro
movimento de choro passou rente aos meus poros
sou soro contente da comédia e do drama fosco
que cobri agora de alegria e conforto
qualquer descuido atrás do morro
só posso estar feliz
diante da magnitude da medalha de ouro
sou eterno primeiro colocado
de um chafariz regenerado
feito com o giz do amor
com a raiz do orgulho embrenhada
na mata do sossego
fôlego de um mito grego
realidade de um mergulho bem sucedido
e profundo esquema tático diante do perigo
de peito aberto perante a vida me entrego
eu zombo do cílio onde a cigarra canta
fecho o néctar da vista
e assimilo brincadeiras de criança
foi ironia do destino
a verdade é que eu acredito no som da harmonia
já brinquei de monarquia
rei e rainha
viva a trilha de acesso dessa companhia
chega de tirania

SEM JULGAMENTO

Não julgue um livro pela capa um rio pela carpa  um herói pela capa  esteja sempre em casa ou  em Capri pessoa imaculada  o eco de mil sarna...