e um bocadinho de bocas e dedinhos
que me salvam conforme vou salivando
pelo desejo de adorar o sol ainda mais
quentinho nesse calorzinho de verão
não troco uma memória seja ela pífia
ou profana
pela reverência cabisbaixa
de fazer clemência a um santo
meu diagnóstico diz que é melhor
pisar fora da caixa
que ocultar os sentimentos
como é de praxe
virar eclipse de mim mesmo
é pior que virar um peixe fora d'água
e depender de um caminhão pipa
no solo ou no ar
me cortando as veias com cerol
como nó de marinheiro mal feito
ou talvez morrer na praia
com bicadas de gaivota
semelhante a um pirata
que se adorna com um papagaio
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