sei quantos cavalos têm no carro
não sei quantos têm no céu
talvez seres alados azulados
sejam éguas mal paridas ao léu
nesse voo imaginário
vejo Pégasos primário
escalando meu véu
não banque o otário
o pônei secundário
está no velório das asas que pairam
no outro lado de qualquer céu
no outro abismo de qualquer fel
as nuvens brancas acreditam em sonhos
mas escondem seus cigarros no horizonte
para não haver mais poluição do ar
paro de fumar ao longe
só avisto o que tem perto de mim e dentro de mim
meiguice de criança sorriso de querubim
criancice da esperança olhar de arlequim
meninice da infância dente de marfim
carro não é carrossel
aro não é furo no meu chapéu
onde enxergo o duvidoso e também o cruel
por onde passam fumaças
além muito além do bréu
passam também escadas de sal
que desabam também com as águas
carro não é carrossel
combustível do prazer não é motel
peço pra tudo ver
inclusive teu brilhante mel
o sol do bem querer e do mal me quer